Alegria, tristeza, desilusão, otimismo, cansaço: sentimos tudo ao mesmo tempo |
Mais ou menos significa que o controle das emoções tem a ver com maturidade. É e não é. Afinal, não devemos estar secos diante de tudo o que nos acontece. Por que não chorar vendo filme, ou relembrando as aventuras com as amigas, ou se deparando com as peripécias das crianças, ou ouvindo uma música que lembra o amor? O problema é quando há uma mistura tão intensa de emoções e a gente começa a não render mais no trabalho, ou passa a ter desconfiança do parceiro/parceira, quando o trabalho passa a não ter mais sentido, quando a vida doméstica está um caos, desorganizada. Mas, é fácil? Claro que não. Dificílimo.
As máscaras do teatro: retrato de nossa existência |
Mas, ainda na adolescência, nos lances de paquera e namoro, eu tinha às vezes uma sensação inexplicável, uma explosão de sensações, uma coisa boa, misturada a uma coisa ruim (o aperto, a vontade de estar junto o tempo todo, a expectativa quanto à correspondência que não chega, o atraso, a espera), tudo isso é explicado por Roland Barthes em seu livro Fragmentos de um Discurso Amoroso. Eu, mesmo beirando os 40 anos, ainda sinto tudo isso quando eu estou gostando de alguém. Quer dizer que certas coisas não mudam, mesmo com o passar da idade, e não devemos nos culpar, mas nos conhecer e nos curtir. Eu sei que gosto muito de uma pessoa quando sinto uma emoção incontida dentro de mim quanto eu disco o número ou mando mensagem, e muito mais quando eu recebo. Mesmo que o relacionamento já não esteja mais no começo. No meu atual relacionamento, eu percebo que devo conter a ansiedade, por se tratar de uma pessoa que ama sua liberdade e respeita a minha, e me dá chão, isto é, não preciso disfarçar minha intensidade. Se eu tiver com vontade de escrever ou ligar, tudo bem, não serei interpretada como invasiva (já conversamos sobre isso, ufa!). E eu não cobro intensidade de ninguém, porque cada pessoa é de uma forma. Gosto apenas quando respeitam o meu jeito de ser. Espontâneo.
Amizades verdadeiras nos ajudam a controlar as emoções |
Então, quando eu cheguei em Natal, liguei para uma amiga e propus um almoço. Passei no restaurante e levei um filé à parmegiana para eu e ela almoçarmos com as filhas, em sua casa. Passamos o resto do dia jogando conversa fora. Foi ótimo, realmente me acalmei, e quando cheguei em casa, à noite, ainda tive coragem de organizar umas coisas antes de dormir. A noite foi tranquila. Estou expondo isso para dizer que amizades verdadeiras nos ajudam a controlar as emoções. Sair do face, do celular, da vida virtual e fazer visitas é uma excelente maneira de encontrar o equilíbrio às vezes perdido em meio a tantas responsabilidades.
Quando se dá tempo ao tempo, as coisas vão tomando seu lugar. É o que está acontecendo comigo estes dias. A ansiedade serviu para fomentar ideias na minha cabeça. Tive uma ideia ótima e estou em parceria com uma amiga, com gosto de gás. Além disso, falei com outra amiga, uma colega jornalista, que estava precisando de extras e ela me indicou um frila. E para melhorar ainda mais, retomei a terapia. Fui ontem, na primeira sessão do ano, e a terapeuta me achou ótima, segura do meu talento profissional. Estou num período muito bom da minha vida, estou feliz, cultivando coisas boas, mas a terapia me ajuda a organizar melhor as ideias. Acho que é isso mesmo. Uma nova forma de olhar a vida. Em busca do equilíbrio, sempre.
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